1 jan 2008 - 12h09

Patrimônio cada vez maior e mais fortalecido

Um ano de fortalecimento e aprendizado. Assim a Furacao.com definiu o ano de 2007 do Atlético sob o ponto de vista do desempenho do time de futebol profissional. O balanço é semelhante quando se analisa o resultado do clube em termos patrimoniais. Se dentro de campo o símbolo mais evidente do sucesso é a conquista de um título, em infra-estrutura o que vale é a construção e a ampliação de bens. Evidentemente, o grande desejo da nação atleticana é ver a Arena da Baixada enfim terminada. Neste ano, o Atlético deu um grande passo em direção a esse objetivo, mas ele ainda não foi alcançado.

Por um lado, não se pode negar que houve um sentimento de frustração em função do não início das obras. Afinal, nos primeiros meses de 2007 havia a expectativa de que as obras da segunda etapa da Arena seriam iniciadas ainda neste ano. Contudo, ao longo da temporada ficou claro para o torcedor que os operários somente começarão a trabalhar após a definição da realização da Copa do Mundo de 2014 no Paraná. Por isso, boa parte da agenda do Atlético em 2007 ficou voltada ao noticiário sobre a candidatura brasileira e a disputa entre os estados para receber os jogos do Mundial.

Por outro lado, o ano teve momentos importantes e avanços consideráveis em relação à segunda etapa da Arena. Logo no início do ano, em janeiro, foram publicadas uma lei e um decreto municipal criando as Zonas Especiais Desportivas, possibilitando a construção de edificações em torno dos estádios de futebol dos times de Curitiba. Esta foi uma conquista importante para permitir a grandiosidade do projeto atleticano.

Estrutura do colégio foi demolida e terreno passou por limpeza em 2007 [foto: Andre Branco]


Em maio, o Rubro-Negro deu início à destruição dos prédios do antigo colégio e limpeza dos entulhos que ocupava o terreno. No mesmo mês, após uma intensa batalha, a Arena foi indicada como a praça desportiva paranaense na candidatura brasileira à Copa do Mundo de 2014. Para evitar qualquer mal-entendido, o presidente João Augusto Fleury da Rocha explicou que o clube concluirá o estádio com recursos próprios e da iniciativa privada, sem qualquer colaboração do poder público.

Após a publicação do balanço patrimonial de 2006, em junho, ficou confirmada a contratação do escritório de arquitetura Vigliecca & Associados para elaborar o projeto da segunda etapa da Arena. Responsável pela realização de obras consagradas em todo o mundo, a Vigliecca já havia impressionado a torcida atleticana quando da divulgação de algumas imagens de um estudo feito sobre a conclusão da Baixada.

Em julho, Petraglia confirmou que a nova Arena será o primeiro estádio do Brasil sem fosso e sem alambrado, em atendimento a exigências da Fifa. Ele também alargou o prazo para finalização das obras: 2010. No mês seguinte, a maquete da Arena elaborada pela Vigliecca foi a grande atração da apresentação da candidatura de Curitiba à Comissão de Inspeção da Fifa, no Rio de Janeiro. Depois, esta mesma maquete foi apresentada aos sócios do clube em evento realizado no CT do Caju e colocada em exposição ao público na própria Kyocera Arena.

Maquete da Arena impressionou os delegados da Fifa [foto: CBF News]


A partir de setembro, o terreno passou a ser usado como estacionamento e a Baixada ganhou quase duas mil novas vagas para veículos em dias de jogo. Na apresentação oficial do projeto, em setembro, ficou confirmada a ampliação da capacidade do estádio para 41.375 lugares. Na mesma ocasião, a diretoria estimou que as obras levarão 18 meses e decidiu não estipular uma data para início. "O tempo da obra dependerá da escolha ou não de Curitiba como sub-sede. Se for escolhido temos condições de fazer o projeto dentro do previsto. Mas se não for, teremos mais tempo para isso", afirmou Fleury.

A morosidade dos responsáveis por liderar o projeto da candidatura paranaense acabou gerando uma reação do Atlético nos últimos meses do ano. Mario Celso Petraglia alertou na Assembléia Geral Extraordinária de que se nada fosse feito Curitiba ficaria de fora da Copa e isso prejudicaria os projetos de todos os clubes paranaenses, inclusive o Atlético. Às vésperas do Natal, um debate promovido pelo programa Esporte Show reuniu lideranças políticas do estado, que se comprometeram a se engajar na causa. Caso Curitiba seja confirmada como sede, as obras de conclusão da Arena serão aceleradas.

CT do Caju

Mas nem só de Arena vive o Atlético. O Centro de Treinamentos Alfredo Gotardi é também uma importante fonte de receita do clube e motivo de orgulho para o torcedor. Em 2007, o CT experimentou avanços importantes. A modernização foi concluída e o novo CT foi apresentado oficialmente aos sócios na mesma data de revelação do projeto da Arena.

Obras no CT do Caju foram entregues em setembro [foto: Gluaco Hass]


As novas instalações do CT do Caju incluem centros de medicina, de fisiologia e de fisioterapia, um novo hotel com capacidade para 100 pessoas, piscina climatizada e tecnologia de ponta em todas as áreas. "O centro de excelência será usado para abrigar equipes internacionais e seleções. Ele foi projetado para sobreviver por ele mesmo", afirmou Fleury.

Aproveitando as reformas, o Atlético lançou também uma nova galeria de troféus, abrindo espaço para expor as taças de todas as suas conquistas. Em outubro, o investimento atleticano em patrimônio foi reconhecido em uma reportagem da ESPN Brasil, que mostrou a todo país o estágio atual de desenvolvimento do Furacão.

Um pé na América

Além do patrimônio físico, o Atlético Paranaense investiu em outras maneiras de fortalecimento do clube em 2007. A principal delas consistiu no estreitamento da parceria com o FC Dallas, dos Estados Unidos. De fato, a parceria foi firmada em outubro de 2006, mas começou a dar seus primeiros frutos no início de 2007. Em fevereiro, o time americano veio a Curitiba para a realização de sua pré-temporada.

Atlético recebeu o FC Dallas em Curitiba para partida amistosa [foto: Giuliano Gomes]


A relação entre as duas equipes repercutiu no exterior, gerando grande divulgação do nome do Atlético nos Estados Unidos. Em maço, os clubes fizeram o primeiro jogo do Torneio Brasil-Estados Unidos. Foi a despedida do atacante Paulo Rink, que pendurou as chuteiras e passou a reforçar o time do Atlético fora de campo. No final do mês, o Atlético retribuiu a visita e venceu o segundo jogo, desta vez em solo americano.

Pizza Hut Park foi palco do segundo jogo entre Atlético e Dallas [foto: FC DALLAS/Rick Yeatts]


Outros frutos da parceria foram o empréstimo do atacante Ricardinho e a participação do Rubro-Negro em um torneio de despedida do goleiro Shaka Hislop em Trinidad & Tobago.

Investimentos

Em suma, o ano de 2007 serviu para fortalecimento do Atlético em diversos setores. O principal avanço foi no CT do Caju, com a modernização das instalações e a confirmação do espaço como um dos principais do continente. Além disso, em 2007 foi dado o pontapé para as obras da segunda etapa da Arena com a apresentação do projeto elaborado pelo escritório de arquitetura. Ficou no ar, porém, a data de efetivo início das obras, vinculada à confirmação do Paraná como uma das sedes da Copa de 2014.

De qualquer maneira, fica a confirmação de que o clube caminha para a concretização desta importante etapa no seu projeto de crescimento. Em ocasiões anteriores, Petraglia confirmou que o investimento em patrimônio é prévio à dedicação total ao futebol, atividade-fim do Atlético: "Investimos em patrimônio. Há um momento que vai terminar, agora com essa ampliação do CT, chega, não precisamos mais. Aquilo será a melhor infra-estrutura do mundo. Não a mais rica, a melhor". O discurso é repetido por outros dirigentes do clube, como Mauro Holzmann: "Ainda estamos na parte de investimento na infra-estrutura. Depois iremos nos voltar somente ao futebol".

– Acompanhe amanhã na Furacao.com a última parte da Retrospectiva 2007, com os grandes momentos protagonizados pelos torcedores atleticanos na temporada 2007.



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